Aquele senhor que, visivelmente alterado, defendia a Igreja Católica, errou do começo ao fim. Não conhecia a catequese dos santos e, tentando provar que nós católicos somos a melhor igreja, praticamente afirmou que nós adoramos Maria. Não era a pessoa indicada para defender a nossa Igreja. Mostrou que nunca lera o catecismo católico.
Seu oponente não era melhor. Errou nas datas e nos fatos históricos. Ouvira algum pregador da sua nova igreja e falou como quem o ouviu, mas não leu os livros que ele disse ter lido. Acusou os católicos de terem matado dez milhões de evangélicos na Alemanha no tempo de Lutero,e culpou o ''general'' Inácio de Loyola de haver massacrado os huguenotes na Inglaterra. Foi triste e inquietante ouvir os dois naquele restaurante. Mais triste ainda ver que os presentes à mesa aceitavam tudo passivamente, como se alta cultura fosse. Parecia discussão de Corintiano e Palmeirense. Um se vangloriando das vitórias do passado, outro exaltando as atuais conquistas do seu time, ambos rindo dos erros do outro e cada um explicando e justificando esta ou aquela eventual derrota do o seu timaço.
Não somos obrigados a ficar em silêncio, quando alguém ofende a nossa mãe, mas não se resolve o problema chamando a mãe do outro de prostituta ou leviana. Moleques fazem isso, cristãos, nunca! Se alguém ofende a nossa Igreja e nos alteramos, ofendendo a dele, negamos o Cristo. O mundo não ficará melhor com isso. Já sabemos aonde leva essa conversa de demônios do lado de lá e anjos do nosso lado, eleitos e rejeitados, santos e ímpios e salvos e perdidos. Quando ensinamos que os nossos fiéis estão salvos e os fiéis deles precisam ser convertidos já começou a mentira. As guerras de fundo religioso começaram com esse tipo de pregação exclusivista e excludente; em geral também presunçosa e recheada de vaidade. Nós sabemos mais, entendemos melhor a Bíblia, seguimos melhor o Cristo, amamos mais a Deus,somos mais eleitos e, por isso, Deus está mais conosco do que com vocês que ainda não o conhecem! Quem já não ouviu esse tipo de pregação no rádio e na televisão? Não são ingênuos nem ignorantes. Quem faz esse discurso sabe por que o faz e aonde quer chegar. Sabe por que diminui a igreja do outro e que pontos fracos dela escolheu ressaltar. Sabe também porque oculta os pontos fracos da sua e omite as passagens bíblicas que poderiam dar razão à outra Igreja!
Melhor forma de defender a nossa Igreja naquela hora é dar um sorriso amigo e mudar de assunto. Quando aquele irmão de outra fé quiser de fato dialogar, a gente vai para algum canto onde um mostra para o outro as passagens do livro santo nas quais se baseia e os livros nos quais aprendeu o que pratica. Mas como faremos isso, se não lemos nem a bíblia nem o catecismo da nossa Igreja? Neste caso o melhor é despedir-nos cortesmente, e desejarmos que a mesma luz que ele quer que nos ilumine não acabe por cegá-lo!
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