Pequena Hagiografia:
Nasceu em 1248, na cidade de Foligno, Úmbria, Itália, de pais ricos e não cristãos.
Casou-se cedo e teve vários filhos. Vivia uma vida mundana e por vezes sacrílega. Depois de uma visão em 1285, converteu-se. Mais tarde, sonhou com São Francisco de Assis e resolveu fazer a mesma peregrinação que ele havia feito. Decidiu, então, abandonar tudo e entrar para a Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
Teve várias experiências místicas, relatadas pelo seu biógrafo, Padre Arnaldo de Foligno. Notável pela sua caridade, visionária, mística, é considerada a primeira escritora mística da história da Igreja.
Uma das passagens mais interessantes da sua vida ocorreu quando ela estava refletindo sobre a Paixão de Cristo e entrou em êxtase, no qual Cristo lhe disse: “Não foi para brincar que te amei”. Segundo ela, Jesus estava referindo-se ao Seu sacrifício na Cruz para nos salvar.
Morreu na mesma cidade em que nasceu, em 4 de janeiro de 1390, e foi enterrada na Igreja de São Francisco de Assis em Foligno, Itália.
Na arte litúrgica da Igreja, ela é representada com Jesus convidando-a para a Sagrada Comunhão.
Fonte: www.cademeusanto.com.br
Conhecendo-o a conhecer a Deus - Escrito de Ângela de Foligno, OFS
"É necessário ao homem conhecer a Deus e a si mesmo. O conhecimento do que Deus assumiu para si mesmo. Você deve considerar isso e ver quem é o ofendido e quem é o agressor. Da consideração e do conhecimento do segundo aspecto surgem a graça sobre graça, a visão de visão, luz da luz. Assim, se começa a chegar ao conhecimento de Deus, quanto mais você sabe, mais ama, e quanto mais você ama, mais você quer e quanto mais você quer, mais você deve agir decisivamente. A ação é o teste e o teste é de amor. Que o amor, que é puro, verdadeiro e justo, seja reconhecido pelo fato de que você ama e fazer o que Ele amava Àquele que você ama. Se Cristo, enquanto viveu, amou e fez essas três coisas, aquele que ama deve sempre seguir o seu exemplo, amor, fazer e ter as mesmas coisas ... ".
"Na festa dos Anjos, eu estava na igreja dos Freis Menores de Foligno e queria comungar-me. Quando se aproximou o momento da comunhão, rezei, como já tinha feito antes, ao anjos, e principalmente a São Miguel, dizendo: "Servos de Deus, que tendes o dever e o poder de servi-Lo e apresentá-Lo ao outros, me fazeis ver o Deus e homem e mostrais a mim como o Pai o deu aos homens, isto é, primeiro vivo, pobre, adolorado, desprezado, repleto de chagas, ensanguinado e colocado na cruz e depois o apresentais a mim morto".
Então os mesmos santíssimos anjos, dando-me um prazer maravilhoso, me disseram: "Ò aceita de Deus, eis, o Deus e homem, trazido a ti e o tens aqui. Te foi dado também porque tu possas mostrá-Lo e oferece-Lo aos outros".
Naquele momento o tive realmente diante, como tinha pedido aos santíssimos anjos, e o vi em modo claríssimo com os olhos da alma, primeiro vivo, todo adolorado, ensanguinado, colocado na cruz e, depois morto.
Então experimentei e senti uma dor fortíssima, ao ponto que o coração parecia querer quase quebrar-se diante a uma visão tão dolorosa. De outro modo experimentei um prazer e um êxtase muito grande pela presença e pelas palavras muito agradáveis dos anjos...
Não havia experimentado antes um prazer tão grande, isto é, escutando as palavras dos anjos e não teria acreditado a quem me tivesse dito que os santíssimos anjos são tão amáveis e possam dar à alma tanta alegria, quanto trouxeram a mim. Como havia suplicado a todos os anjos e principalmente aos Serafins, então os santíssimos anjos me disseram: "Eis, ti foi dato e oferecido aquilo que têm os Serafins".
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