O mês das comemorações por Santo Antônio guarda festas juninas, por todos os cantos do País. Em Niterói, cidade que faz a ligação da Capital com o interior do Estado, caipiras enfeitam a rua da Igreja Porciúncula de Santana, no bairro de Icaraí. O fechamento da rua possui muitos significados. Três se destacam: trata-se de uma festa tradicional de uma cidade não tão grande assim; é uma festa de Paróquia e a alegria não vê limites nos muros da Igreja; Santo Antônio é o Santo popular que não cabe entre os muros.
Niterói é bem menor do que o Rio, a Capital, e lembra um pouco o interior do Estado. Fosse na cidade grande, não seria tão fácil a interrupção, do trânsito local, por uma festa, que não é o show da Madona ou dos Rolling Stones. Necessariamente haveria muito mais critérios para fechar uma Avenida de uma cidade como o Rio. A Rua de acesso é a Av. Roberto Silveira. É, nada mais e nada menos, a principal da cidade. Pois este é o endereço, em Niterói, de uma festa popularíssima, no Nordeste do Brasil, e que é famosa, no Centro–Sul, justamente por caricaturar os costumes dos sertanejos. A rua da Igreja, esta em foco, talvez não fosse a maior referência caso estivesse localizada na cidade sede do Governo do Estado.
A impressão que dá é a de toda uma cidade presente ali, embora isto não seja a realidade. Esta ficção se confirma dependendo do nível de animação proporcionado. O movimento intenso , a música e a bebida alcoólica podem aumentar o efeito. A mesma imaginação é também a que leva a extrapolar os limites, marcados pelos muros. Se é uma festa para a cidade inteira , então , as fronteiras físicas não possuem mais a importância que têm quando separam o privado do público. É como se fossem derrubadas, postas abaixo. Ganha-se, portanto, a rua. Conquista-se o espaço público. Há mesmo uma relevância, neste caso, de dar à Paróquia o que lhe é devido: uma posição central no processo de ocupação do espaço da cidade, quando esta não é uma metrópole.
Finalmente, a devoção a Santo Antônio possui características próprias. A sua popularidade é tão grande que chega até ao “povo da rua”. Aliás, por que o leigo, sobre a sua vida e obra, não mereceria ser ouvido? Talvez este seja versado sobre uma característica de Antônio que deve ser lembrada: a da boa fama. O Santo protetor dos pobres quer dar acolhimento aos mendigos e todos sabem onde eles estão: nas ruas. A festa é para fora do espaço privado. É nas calçadas onde transitam as pessoas ao som dos forrós e outras músicas. É no espaço público onde as barraquinhas recebem as pessoas ávidas por comidas e bebidas. É onde o Santo casamenteiro acompanha a todos: na rua.
Niterói abre-se para os festejos diferente de uma Metrópole. O entra e sai tem a Igreja como referência e vai além dos limites do público. Santo Antônio é do povo. E a festa vai começar!
Niterói é bem menor do que o Rio, a Capital, e lembra um pouco o interior do Estado. Fosse na cidade grande, não seria tão fácil a interrupção, do trânsito local, por uma festa, que não é o show da Madona ou dos Rolling Stones. Necessariamente haveria muito mais critérios para fechar uma Avenida de uma cidade como o Rio. A Rua de acesso é a Av. Roberto Silveira. É, nada mais e nada menos, a principal da cidade. Pois este é o endereço, em Niterói, de uma festa popularíssima, no Nordeste do Brasil, e que é famosa, no Centro–Sul, justamente por caricaturar os costumes dos sertanejos. A rua da Igreja, esta em foco, talvez não fosse a maior referência caso estivesse localizada na cidade sede do Governo do Estado.
A impressão que dá é a de toda uma cidade presente ali, embora isto não seja a realidade. Esta ficção se confirma dependendo do nível de animação proporcionado. O movimento intenso , a música e a bebida alcoólica podem aumentar o efeito. A mesma imaginação é também a que leva a extrapolar os limites, marcados pelos muros. Se é uma festa para a cidade inteira , então , as fronteiras físicas não possuem mais a importância que têm quando separam o privado do público. É como se fossem derrubadas, postas abaixo. Ganha-se, portanto, a rua. Conquista-se o espaço público. Há mesmo uma relevância, neste caso, de dar à Paróquia o que lhe é devido: uma posição central no processo de ocupação do espaço da cidade, quando esta não é uma metrópole.
Finalmente, a devoção a Santo Antônio possui características próprias. A sua popularidade é tão grande que chega até ao “povo da rua”. Aliás, por que o leigo, sobre a sua vida e obra, não mereceria ser ouvido? Talvez este seja versado sobre uma característica de Antônio que deve ser lembrada: a da boa fama. O Santo protetor dos pobres quer dar acolhimento aos mendigos e todos sabem onde eles estão: nas ruas. A festa é para fora do espaço privado. É nas calçadas onde transitam as pessoas ao som dos forrós e outras músicas. É no espaço público onde as barraquinhas recebem as pessoas ávidas por comidas e bebidas. É onde o Santo casamenteiro acompanha a todos: na rua.
Niterói abre-se para os festejos diferente de uma Metrópole. O entra e sai tem a Igreja como referência e vai além dos limites do público. Santo Antônio é do povo. E a festa vai começar!
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Guilherme Valle, sociólogo
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