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Assim, no espírito das Bem-aventuranças, se esforcem para purificar o coração de toda inclinação e avidez de posse e de dominação, como peregrinos e forasteiros a caminho da casa do Pai. - Regra OFS nº 11

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Jesus O mestre Interior

extraído do livro Jesus - O Mestre Interior (São Paulo: Martins Fontes, 2004)
Recitamos o mantra continuamente, qualquer que seja nosso estado de espírito: “em tempos de guerra e em tempos de paz”, como afirma A Nuvem do Não Saber; “em tempos de prosperidade e de adversidade”, como afirma João Cassiano; “do início ao fim de cada meditação”, como disse, por sua vez, John Main. Com a prática, o mantra lança suas raízes mais profundamente em nosso ser, estabelecendo a harmonia entre o inconsciente e o consciente. Imperceptível, e gradativamente, ele desce da cabeça para o coração. Com o tempo, repetimos o mantra, o emitimos e, então, o ouvimos, com cada vez menor esforço e maior atenção.
Naturalmente, haverá dias tumultuosos, ou períodos de aridez, na meditação, em que nos parece quase impossível repetirmos o mantra. Procuramos toda e qualquer justificativa para não nos sentarmos para meditar. Quando o fazemos, o mantra é logo sobrepujado por ondas de pensamentos e emoções. Porém, se ainda assim perseverarmos ou recomeçarmos, tal como a semente da parábola, que germina na escuridão uterina da terra (como, não sabemos, disse Jesus), o mantra fielmente nos dirigirá cada vez mais profundamente. E, com a profundidade, vem a clareza, a imobilidade, o autoconhecimento, a grande dádiva da compaixão e a quietude interior que é necessária para uma atenção cada vez mais completa, uma transcendência mais generosa. Imperceptivelmente o mantra progride através do espaço da quietude, entre ondas de pensamentos e da vida interior.[...]

Com o passar do tempo ele nos traz a pobreza autêntica em que aprendemos simplesmente a ser. A experiência dessa realidade amorosa, de tempos em tempos, nos prepara para resistirmos aos muitos reveses e desapontamentos, que acontecem ao longo do caminho. Haverá tempos de derrota. Porém, mesmo quando nos parece que estejamos regredindo, haverá crescimento em andamento, desde que haja fé. Na noite mais escura, uma luz invisível ainda brilha.

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