por Fernanda Naldi, OFS
E eis que, em 13 de março, o mundo se revestiu de novidade e nostalgia: o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, jesuíta, eleito papa, escolhe ser chamado de Francisco.
À novidade de um papa latino-americano se junta a nostalgia do nome por ele escolhido, que nos leva a quase 800 anos atrás. Francisco, o de Assis, nem imaginava ser seguido pelos irmãos que o sucederam na manutenção do seu carisma, tão especial. O seu exemplo, no entanto, atravessou os séculos e encantou Francisco, o papa, este com milhões de seguidores, ovelhas à espera do seu pastor.
Não se imaginava um papa chamado Francisco. Por quê? Se a humildade franciscana, o desapego do Pobrezinho de Assis de certa forma contrastaria com a formalidade da vida de um papa, por outro lado o seu seguimento radical do Evangelho, a sua imitação tão intensa de Jesus, que o tornou um alter Christus, seria motivo suficiente para que houvesse um Papa Francisco desde 1228, ano de canonização do Seráfico Pai.
Mas, enfim, há um papa que quer, até no nome, se inspirar em São Francisco de Assis! Há um novo carisma a ser explorado, uma nova maneira de se enxergar a missão apostólica. Há uma nova alegria que remete àquele irmão de Assis, sempre alegre, e uma nova universalidade trazida pelo santo universal, admirado por todos, do Oriente ao Ocidente.
A regra de vida da ordem fundada por Francisco de Assis é viver o Evangelho, pura e simplesmente. Mas o carisma franciscano é mais que isso. Espelhar-se em Francisco é abraçar o leproso, é louvar a Deus em qualquer situação, é voltar os olhos à Virgem Maria, é extasiar-se com a Eucaristia, é manter a harmonia com os homens e a natureza e é, sobretudo, retornar ao Cristo pobre, nu e crucificado.
É um belíssimo exemplo o de Francisco de Assis. E mais belo ainda este resgate do Papa Francisco. Que, com a nossa oração e pela intercessão de São Francisco, Santa Clara e todos os santos franciscanos, Deus o abençoe na árdua e santificadora tarefa de guiar o rebanho que lhe foi confiado por Ele.
Fernanda Naldi é membro professa da Ordem Franciscana Secular
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