Fred Félix, OFS
A
Igreja em uníssono roga neste período “Vem, Senhor, que nós lhe esperamos”, ao
que o Cristo responde “Ero Cras” (Chegarei amanhã).
Na proximidade com a festa do Natal, faz-se necessário um tempo de meditação
interior, marcado pelo Advento, com seus quatro domingos.
Praticantes
da penitência franciscana, para nós, o Advento deve ser mais uma oportunidade
oferecida pela Igreja (através de sua liturgia) para a prática da conversão
evangélica (metanóia), de forma mais intensa. É preciso nos revestir da
coroa do Advento. Para isso, trazemos a todos os irmãos e irmãs leitores uma meditação
sobre o Natal, um para cada domingo do advento. Para os franciscanos o Natal é uma data
mais que sagrada, junto da Páscoa ela se faz preferida. É preciso esfregar
carnes nas paredes, exclama Francisco de alegria. E ao mesmo tempo é preciso
endireitar o coração para que ele sirva como uma bela manjedoura para o menino
Jesus que nos afirma “Ero Cras”.
1 - A
materialidade de um Deus
Durante muito tempo na história
da salvação Deus se manifestou através da voz, da sarça ardente e de seus profetas.
Era um Deus que através de sua criação se comunicava com o homem. Mas, se
tornou necessário que Ele se fizesse presente em nosso meio. Então, sua palavra
vivificadora, o Verbo Divino, veio habitar o ventre de uma menina judia. Ele
passa por um período de gestação e, como toda criança, vem ao mundo. Observa, ó
homem, seu Deus que se fez homem, carne, matéria. Não é mais um Deus distante,
ele está no meio do povo e os mais sofridos são seus preferidos – “Escutei o
clamor do meu povo”.
Ao mesmo tempo que o Cristo é
inteiramente Deus, ele é também, inteiramente homem, e isso deve ser levado em
conta. Jesus habita o campo do visível, saindo do apenas sensível. Ele pode ser
tocado, ouvido, possui mãos para afagar e ombro para aqueles que precisem de
carinho. Deus não é apenas mais uma figura metafísica e filosófica, ele é um
homem. Frente a este mistério, nós só podemos reverenciar o Senhor e abrir
nossos corações para que Ele inunda com seus mistérios.
Infelizmente, o homem esquece
de sua dignidade pelo fato do próprio Deus escolher sua espécie para se fazer
um igual, e se entrega a todo o tipo de vícios e pecados.
Ó Chave de Davi, cetro da casa
de Israel,
Que abris e ninguém fecha, que
fechais e ninguém abre:
Vinde logo e libertai o homem
prisioneiro que,
Nas trevas e na sombra da morte
está sentado. *
* Quarta
estrofe das antífonas maiores do Natal.
Muito bom! Denise.
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