Fred Félix, OFS
4. A expressão cósmica de um Deus
Já comentamos como Deus elevou
nossa condição de homem ao se fazer um de nós. E como ele passou por todo um
processo de vida humana, sentindo os mesmos sentimentos que nós sentimos em
nossa caminhada: medo, tristeza, carinho, compaixão, revolta, solidão e tantos
outros. Mas, ao mesmo tempo, ele continua sendo nosso Deus. O Deus que prendeu
no céu as estrelas cintilantes e a lua que reflete a luz de um sol, que nos dá
calor e vida. No momento do primeiro choro de vida do pequenino menino Jesus,
toda a criação se curva em adoração e louva seu próprio Criador que, como
criatura, vem ao nosso encontro.
“Levantei os olhos para o ar e
vi o ar parado e pasmo. Ergui o olhar para o céu e vi que tudo estava imóvel,
as aves quedas. E olhei para a terra e vi uma mesa posta e as pessoas
reclinadas para a refeição. Mas os que deviam mastigar não mastigavam. Os que
bebiam não erguiam a mão e os que tinham a mão erguida não a levavam à boca,
todos petrificados olhando para o alto. E eis que vinham ovelhas. Mas não
avançavam. Estavam imobilizadas. O pastor ergueu a mão para tangê-las. E sua
mão ficou imóvel no ar. As águas do riacho corriam e os cabritos que as tocavam
não as bebiam. Tudo, por um momento, ficou parado, alheio ao seu próprio
curso”. [1]
“Foi neste momento (...) que nasceu o Verbo da vida no qual tudo foi feito,
para o qual tudo marchara e em que todos esperavam. Chegou o momento dos
supremos esponsais de Deus com toda a criação”. [2]
E juntos de todos os santos e
anjos, nós, os filhos da penitência, nos juntamos, adjunto toda a criação, para
louvar a criança que repousa na palha e na manjedoura:
“Vós sois grande, Senhor, e
altamente digno de louvor: grande é o vosso poder, e a vossa sabedoria não tem
medida. E o homem, pequena parcela de vossa criação, pretende louvar-vos,
precisamente o homem que, revestido de sua condição mortal, traz em si o
testemunho de seu pecado e de que resistis aos soberbos. A despeito de tudo, o
homem, pequena parcela de vossa criação, quer louvar-vos. Vós mesmo o incitais
a isso, fazendo com que ele encontre suas delícias no vosso louvor, porque nos
fizeste para vós e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em vós”. [3]
Ó Emanuel – Deus conosco,
Nosso Rei Legislador, Esperança
das nações e dos povos Salvador:
Vinde enfim para salvar-nos, ó
Senhor e nosso Deus!
[4]
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