por Guilherme Valle
No bairro de Santa Rosa, em Niterói (RJ), existe uma capelinha chamada Santa Rosa do Viterbo. O seu tamanho torna-a mais acolhedora. O colorido que envolve as imagens, altares, portas, janelas e outros objetos causa este mesmo efeito.
No mesmo bairro e bem próxima, está a Basílica Nossa Senhora Auxiliadora. É uma Igreja imponente principalmente devido ao tamanho de grandes proporções. O teto é bastante alto. Cúpulas que aumentam ainda mais a sua altura e vitraiss (vidros pintados que dão para a parte externa) que deixam a luz do céu entrar fazem da nave (o lado interno do prédio que abriga as celebrações principais) algo mais grandioso. Fileiras enormes de bancos para sentar-se e corredores maiores ainda entre estes apenas reforçam a sensação de que o local é mesmo monumental. Já na Igrejinha vê-se um teto baixo sem cúpulas e sem os vitrais daquela. As fileiras de assentos são curtas e os corredores restritos. Na altura reduzida é possível sentir como se o céu estivesse mais próximo do humano, o que pode sugerir uma fraternidade com mais potencial de desenvolvimento. Porém, como não é o propósito aqui fazer apologia de um mundo mais fraterno naquele lugar e já que é preciso lembrar de alturas e profundidades então (é preferível afirmar): a capelinha possui o tamanho certo (sem mais nem menos).
Quanto a cores, é necessário primeiro destacar que induzem a pensamentos sobre tamanhos e dimensões. E , como buscamos a medida certa e sem excessos, eu diria que deve ser algo entre um azul e um vermelho. Nem tanto uma cor e nem tanto a outra. Seria melhor uma pequena nave colorida e não exclusivamente branca. Com as paredes brancas pode ficar a idéia de um espaço aumentado, até mesmo pelo efeito da iluminação. Mas o importante mesmo é que os objetos tenham cores. Contra toda a noção que pode prevalecer de que o ambiente é amplo demais vale a pena oferecer um colorido especial. Como foi dito, sem azuis ou vermelhos exagerados. Entretanto, nunca um branco que predomine. As cores teriam a propriedade de borrar as linhas exatas que as paredes brancas envolvem. Não para ser menos precisa a distribuição do espaço e das tonalidades. Ao contrário, esta reflexão visa imaginar uma Igreja com cores nos seus devidos lugares. No entanto, não é demais manchar com pequenas e delicadas iniciativas um projeto de Catolicismo que não cabe em si mesmo e, pior, pretende transformar os espaços de culto para estes perderem a sua singeleza. Não seriam, portanto, longos traços certos melhor dimensionando o espaço da fé. Seriam , isto sim, muito mais as leves cores sempre presentes.
Impera o dever de realçar os traços que fortalecem a sensação de acolhimento da Capela de Santa Rosa sem forçar o entendimento de exclusividade para uma fraternidade ali instalada. De fato, sentir-se acolhido é antes um sentido para o coração e não tanto um problema de arquitetura. E um coração bem disposto leva, onde quer que esteja batendo (portanto em qualquer lugar de Igreja ou não, pequeno ou não), a sua intenção calorosa. Mas seja na Igrejinha de Santa Rosa ou na de São Jorge no Centro de Niterói, esta também pequenininha, ser católico traz muita satisfação.
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