SINAL NO CÉU
É um tom de laranja
sobre os montes
um pensamento inarticulado
de que a Virgem
pôs o mundo no colo
e passeia com ele nos rosais.
Teologal
Agora é definitivo: uma rosa é mais que uma rosa. Não há como deserdá-la de seu destino arquetípico. Poetas que vão nascer passarão noites em claro rendidos à forma prima: a rosa é mística.
Nossa Senhora das Flores
Acostuma teus olhos ao negrume do pátio
e olha na direção onde ao meio-dia
cintilava o jardim.
A rosa miúda em pencas
destila inquietações,
peleja por abortar teu passeio noturno.
Há mais que um cheiro de rosas,
o movimento das palmas não será o réptil?
Ó Mãe da Divina Graça,
vem com tua mão poderosa,
mata este medo pra mim.
Maria
e olha na direção onde ao meio-dia
cintilava o jardim.
A rosa miúda em pencas
destila inquietações,
peleja por abortar teu passeio noturno.
Há mais que um cheiro de rosas,
o movimento das palmas não será o réptil?
Ó Mãe da Divina Graça,
vem com tua mão poderosa,
mata este medo pra mim.
Maria
Aí está a rosa,
Defendida de lógica e batismo,
a inquebrantável,
A Virgem.
Adélia Prado nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, no dia 13 de dezembro de 1935, filha do ferroviário João do Prado Filho e de Ana Clotilde Corrêa. Apesar do reconhecimento literário, até hoje leva uma vida pacata naquela cidade do interior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário